Altos “Capital Da Manga”
História
Altos, 88 anos de História da Semente Que um Retirante Cearense Plantou no Piauí
Por Carlos Alberto Dias *Especial Para Nós – Fora dos Eixos.
Vislumbrando os albores da aurora
De um futuro feliz, promissor,
João de Paiva lançou a semente
Que este solo fecundo medrou.
Salve 12 de outubro glorioso,
Um risonho porvir despontou!
Salve ó dia mil vezes ditoso
O destino de Altos mudou.
Ode a Altos, da poetisa altoense Ignês Sousa Pereira (1919-2006)
Antecedentes históricos
Conforme narra a tradição e bibliografia corrente, a antiga
povoação
dos Altos teve início ainda pelos idos de 1800, quando aqui chegou o
retirante cearense João de Paiva Oliveira e sua família, composta pela
esposa Raimunda Maria de Jesus e os filhos João de Paiva Oliveira Filho,
Raimundo de Paiva Oliveira e Raimunda Maria de Jesus. A família vinha
fugindo de calamitosa seca que assolava o sertão cearense naquela época.
Sendo
São José padroeiro do estado do Ceará, João de Paiva – devoto fiel –
trazia entre seus pertences uma imagem do santo, que fora doada pelos
seus descendentes à igreja, edificada anos mais tarde. Aqui chegando,
João de Paiva Oliveira constituiu uma fazenda, dando-lhe o nome de
Fazenda São José dos Altos.
Veneração
A
imagem acima referida é uma estatueta ainda existente e que é exposta à
veneração pública em capela especial situada à entrada da igreja matriz.
Algumas vezes, é conduzida em procissões dos vaqueiros e motoristas por
ocasião dos festejos religiosos.
Após a chegada destes primeiros
desbravadores, deu-se um considerável aumento da população, com a vinda
de inúmeras famílias à antiga povoação, que depois viria a ser a cidade
de Altos.
Em julho de 1883 assume a Paróquia de Nossa Senhora do
Amparo, de Teresina, seu terceiro vigário geral forense, o Cônego
Honório José Saraiva (1852-1904).
Sementes de fé e progresso
A povoação dos Altos era, nessa época, pertencente àquela freguesia. Juntamente
com João de Paiva Oliveira Filho (1837-1901) e o capitão Francisco
Raulino da Silva (1848-1905), muito fez o Cônego Honório pelo nosso
desenvolvimento. Em 1885, contando com a ajuda material da
população, foi construído o cemitério público; em 1891 foi levantada a
primeira capela de palha do povoado, dedicada ao glorioso São José.
Também neste ano, por iniciativa do Cônego Honório, a povoação ganhou
sua primeira escola pública: Escola Mista de Altos. Em 1893 é
instalado o primeiro destacamento policial e criada a Coletoria das
Rendas Estaduais no povoado. Três anos depois, por ato de 04.02.1896,
Altos ganha sua primeira Agência Postal Telegráfica, que correspondia ao
atual sistema de correios e telégrafos.
Esforço conjunto
Em
13 de julho de 1901, por esforço conjunto dos cidadãos João de Paiva
Filho, Francisco Raulino e Cônego Honório e a ajuda material da
população, é lançada a pedra fundamental da igreja de São José.
O Cônego, porém, não chegou a concluir a obra, porquanto,
vítima
de lepra, faleceu a 27 de janeiro de 1904, sendo sepultado dentro do
seu inacabado projeto. As obras da igreja foram concluídas pelo
Monsenhor Joaquim de Oliveira Lopes.
Do ponto de vista cultural,
vão surgir em 1902 um grupo de teatro e o primeiro órgão informativo:
jornal A Tesoura, manuscrito e de linha literária, crítica e noticiosa,
editado pelo poeta e intelectual Benedito Pestana. Seu primeiro número
circulou em 22 de abril de 1902, não se sabendo se houveram outras
edições.
Primeira banda
Euterpe Altoense, a primeira banda de música de Altos, foi criada em 1916.
Somente
passamos a contar com educação ministrada por professora formada em
1913, quando, a 03 de março, Maria do Ó Barros Barbosa, passou a
lecionar na extinta Escola Mista de Altos.
Na data de 30 de julho de 1915 foi instalado em Altos o primeiro aparelho de telefone para servir à comunidade.
No mês de junho de 1919 o censo registra a população altoense em duas mil almas.
Emancipação política
Altos
somente vai adquirir sua autonomia como cidade em 1922, através da Lei
Estadual nº. 1.041, de 18 de julho, sancionada pelo governador do Piauí,
Dr. João Luís Ferreira, criando o Município e a Comarca de Altos,
desmembrando sua área dos territórios de Teresina, Alto Longá e Campo
Maior, compreendendo a antiga povoação desse nome, antigo São José dos
Altos de João de Paiva.
A
instalação solene de nossa cidade deu-se em 12 de outubro do mesmo ano,
às 13 horas, na Casa da Intendência Municipal, tomando posse nesse dia o
1º Juiz de Direito, Dr. Odorico Jayme de Albuquerque Rosa; o 1º
Intendente (Prefeito) Dr. Alfredo Gentil de Albuquerque Rosa e o
vice-Intendente Manoel José de Almeida.
Também nesse mesmo dia
tomou posse a 1ª Câmara de Conselheiros (vereadores), formada por
Antônio Ribeiro de Vasconcelos, Lourenço Saraiva Barbosa, José Tibúrcio
do Monte, José Francelino de Morais e João Simeão da Silva, dentre
outras autoridades.
Todas as personalidades que compunham o poder
Executivo e o Legislativo foram nomeadas, uma vez que a eleição
municipal somente ocorreria em 16 de novembro de 1924, sendo no certame
eleito o cidadão Lourenço Saraiva Barbosa como o primeiro escolhido pelo
voto direto da população.
A
partir de sua emancipação, a nova cidade experimenta sensível
desenvolvimento, com a abertura de ruas, aumento da atividade comercial,
construção do Mercado Público e outros melhoramentos. Mas vai ser
somente em 1932 que teremos implantada a iluminação pública.
Vários
outros fatos importantes se seguiram no correr dos anos, tornando nosso
município o que ela é hoje: uma cidade próspera, mais organizada, mas
que ainda carece de uma séria política de incentivo e planejamento para
melhorar o bem-estar dos munícipes.
Para encerrar, destaco aqui mais duas estrofes de composições
altoenses,
sendo a primeira extraída do poema Ode a Altos, da magistral Ignês
Sousa, e a outra o estribilho do nosso Hino Oficial, cuja letra é
subscrita por Paulo Santos Rocha e Paulo Guedes, enaltecendo nossa
altoensidade e nosso dever com a terra em que nascemos ou estamos
radicados:
Eia! Avante, com garbo e harmonia,Altoense! Ao trabalho, ao dever!
Pela glória da terra querida
Saberemos lutar e vencer.
………………………………………………….
Altos, a tua história
É tão singela, tem tradição
De homens abnegados
Que enfrentaram o desafio do sertão.
Hoje és força viva, atuante,
Brasileiros de uma nova geração;
A tua juventude, o grande alento,
É sangue novo nas artérias da nação
Economia
O comércio é a principal atividade da cidade que possui inúmeros
estabelecimentos comerciais tais como supermercados, com destaque para o
Comercial Carvalho,o Mercado Público e ainda a feira livre nas
cercanias do mercados. Os estabelecimentos concentram-se no centro da
cidade, mais existem bastantes comércios pequenos nos bairros do
município
As atividades econômicas fundamentais para o município de Altos são agricultura e a pecuária, sobressaindo ainda, se bem que em menor volume que aquelas, a indústria extrativa. Outro fator importante para o fomento da economia municipal acontece no mês de março, refere à parte religiosa, pois no dia 19 de março de cada ano é comemorado o dia de seu padroeiro: São José. E, reúne não só devotos do município, mas, também dos municípios circunvizinhos, tornando a data religiosa dia bastante importantes para a cidade de Altos pela movimentação propiciada pelo fluxo de pessoas e mercadorias. Historicamente, as feiras são locais onde convergem pessoas e mercadorias dinamizando a economia local. Neste contexto se destaca a feira semanal de Altos, realizada aos sábados. A história desta feira se confunde com a própria história do município por se constituir em uma atividade de fundamental importância econômico-social. As feiras livres modificam todo o cotidiano da cidade onde se localizam. Sua interferência engloba desde o incremento no sistema de circulação de mercadorias e de transportes bem como intensificando o fluxo de pessoas. Assim, sua abrangência está além do âmbito econômico. Segundo relatos de antigos moradores a feira realizada aos sábados na cidade de Altos-PI remota mesmo quando ainda não existia a construção do Mercado Público, e as atividades de vendas eram realizadas numa praça e debaixo de um cajueiro. Para a área onde era realizada a feira, convergiam pessoas dos mais diferentes lugares utilizando como transporte animais de carga, onde atravessavam longos caminhos para escoar seu excedente de produção. Vale ressaltar que o antigo mercado foi construído numa parceria entre os comerciantes e a Prefeitura, onde esta cedeu o terreno e aqueles construíram os cômodos do mercado. Com isso houve uma dinamização da área através do fluxo de pessoas e mercadorias. A feira foi intensificada com o decorrer dos anos onde aumentava a quantidade de comerciantes que a freqüentavam construindo barracas para vendas de produtos oriundos do município de Altos e circunvizinhos. A feira de Altos expandiu-se, atraindo comerciantes de vários estados o que indica sua influência na economia local, onde o setor informal prevalece ao longo de décadas. Isso demonstra que o crescimento da feira no município acarreta modificações na rotina da população pelo fluxo de pessoas que circulam na área
durante o evento.
durante o evento.
PREFEITURA MUNICIPAL DE ALTOS
Lista de ex-prefeitos de Altos
Alguns prefeitos de Altos (a completar). Alfredo Gentil de
Albuquerque Rosa, Plínio Mozart de Carvalho, Lourenço Barbosa, Francisco
Raulino (2 vezes), José Fortes Sobrinho, Luís Marques de Holanda, José
Francelino de Morais, Antônio Ribeiro da Silva, Abdias Simplício da
Silva, Anísio Ferreira Lima, Domingos Félix do Monte, José Gil Barbosa,
Pedro Arcanjo da Silva, Pedro Melo da Silva, José Barbosa, Jorge Pereira
dos Santos, Felipe José Mendes Raulino, César Augusto Leal Pinheiro
(foi assassinado),antecedendo o período intervencionista assumiu,
interinamente, à Prefeitura o Presidente da Câmara Municipal Vereador
Pedro José de Paiva Macedo, (período de intervenção),Eliete Alves Félix
da Fonseca, Elvira Raulino (1 de janeiro de 2001 — 31 de dezembro de 2004), José Batista Fonseca(1989/92 - 2005/08 - 2009 - atual)
.
CULTURA
.
Um dos grandes
atrativos da cidade é a sua diversificada gastronomia, composta por pratos
típicos da região a base de carne de sol, galinha caipira, capote e carneiro,
maria isabel e produtos derivados da agricultura local como por exemplo: milho,
abóbora, jerimum, quiabo, maxixe, etc... . acompanhados de sobremesas típicas
como cremes, doces e mousses de frutas, principalmente manga, buriti e caju.
Outro ponto
forte na cultura do município de Altos acontece nos meses de junho e julho, com
as famosas festas juninas, onde ocorrem apresentações de quadrilhas, danças,
banda locais no calçadão da Praça Conego Honório( praça principal da cidade)
Saúde
Turismo
O município conta com rios perenes, cachoeiras e riachos com piscinas naturais, possuindo uma estrutura propícia ao ecoturismo e à prática de esportes radicais. A cidade de Altos possui ainda três sítios paleontológicos, com a presença de lenhos fósseis que datam de 230 a 250 milhões de anos (Era Paleozoica), localizados nas localidades rurais Gameleira, Serra do Gustavo (também conhecida como Boqueirão do Brejo) e Barrinha. Possui ainda a Floresta Nacional dos Palmares (única do Estado),com 170 ha, unidade de conservação ambiental federal administrada pelo IBAMA. Quanto ao turismo cultural, Altos possui grande número de festividades que atrai pessoas de todo o Estado, como é o caso dos festejos de São José (na Igreja Matriz) e do Show da Rádio São José dos Altos, realizado anualmente no dia 21 de setembro com a presença de inúmeras atrações. altos tambem possui tamem a agricutura do caju.
Castelo de Ogiêr
Pode parecer surreal, mas o
Castelo de Ogiêr, o único do Piauí, está localizado no município de Altos, o
caminho para o castelo é bem simples de ser encontrado: seguindo a BR 343, no
sentido Teresina Altos, ao chegar à primeira linha férrea que cruza a estrada é
só seguir o caminho á esquerda, sem pavimentação. A partir daí, o cenário se
transforma numa paisagem bucólica do interior, com pouquíssimas casas de gente
muito simples, que vive tão perto mas ,mesmo assim, tão isolada de tudo. Seu
Francisco Ogiêr dos Santos, cearense de 65 anos, decidiu que teria uma castelo
a partir dos 15 , após ver muitos filmes e histórias de princesas e castelos
medievais. Em 1989,
tomou a decisão que iria mudar o resto dos seus dias: largou a mulher e a firma
em São Paulo e, aos 44 anos, sem filhos, retornou ao Piauí para finalmente
iniciar a construção de seu incansável sonho de quase 30 anos.
No município de Altos encontrou um
terreno acidentado, ideal para a construção de seu castelo numa parte mais
alta. Comprou o terreno de 280 hectares no valor de 280 mil reais e, durante 2
anos ininterruptos, investiu maciçamente nas obras do castelo: não economizou
no material de construção, comprou e ergueu estátuas enormes com guindastes,
Para abrir a estrada de quase 1 km do portal de entrada ao castelo, gastou mais
de 500 horas de trator, contratou pedreiros e , ao final, havia investido as
economias de uma vida inteira.
O projeto idealizado por seu Ogiêr apresenta 6
torres -sendo no 3° e último andar da torre mãe de 40 metros a suíte
presidencial - uma capela, uma praça, muralhas de 7 metros, salão nobre, salão
de inverno, adega, salão de jogos e uma decoração ao estilo francês de Luis
XIV, o rei –sol-. Além disso, Seu ogier nos revela o desejo especial por uma
enorme estátua de 6 metros que represente o Colosso de Rodes, uma das 7
maravilhas do mundo, para que todos, ao entrar no castelo, passassem
obrigatoriamente entre as pernas da estátua, reproduzindo o ritual de proteção
da cidade de Rodes, na Antiguidade.
“Eu sou um homem que gosta da arte, da beleza e
elegância. Se pudesse, eu seria engenheiro ou arquiteto. Eu sou meio exótico,
eu não quero um palácio, quero um castelo medieval.”
Educação
Universidade Estadual do Piauí UESPI
Campus Heróis do Jenipapo Campo Maior
Curso: Licenciatura Plena em Pedagogia
Disciplina: Metodologia do Trabalho Científico
Turno: Tarde Bloco: I
Professor: Jorge Henrique
Componentes
Talyta Cavalcante
Adriana de Sousa
Maria Oneide de Oliveira
Francilene Rodrigues
Maciel Pinheiro
Mildésio Andrade
Laice Soares Gomes
Jayza Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário